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preconceito em campo também parte de mulheres

Líder de torcida 

Há 5 anos como líder de torcida do Fortaleza, Amanda Nunes se diz feliz com sua atuação nessa atividade, mas destaca que o campo ainda é um ambiente em que mulheres sofrem constantes preconceitos

“O futebol é um meio muito machista. E, acredite, as ofensas também partem das mulheres. Infelizmente! ”. Esse é o depoimento da Amanda Nunes, 22 anos, líder de torcida do Fortaleza Esporte Clube. Ela faz parte das Leoninas, um grupo que está à frente da animação da torcida em dias de jogos e que também entra em campo, mas de uma forma diferente: com passos sincronizados. Atualmente, 26 mulheres compõem o grupo.

 

Amanda ingressou como líder de torcida em 2012. Ela já tinha o Fortaleza como seu “time do coração”, mas sua motivação em atuar na atividade foi acarretada por um momento difícil em sua vida. Para resguardar-se, ela não entra em detalhes, mas diz que ser líder de torcida é uma válvula de escape, atrelado ao fato do trabalho, segundo ela, ter um caráter divertido. Os passos e a animação que propõem levar a torcida à loucura são ensaiados na sede do clube, no Pici.

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“Nosso principal objetivo é apoiar o Fortaleza. Costumo dizer que somos uma família. Estamos presentes em todas as partidas e gosto de ressaltar que não temos como parâmetro líderes de torcidas estrangeiras. Temos nossa maneira de animar ”, externa a leonina, que paralelo a esta atividade, também trabalha na loja do time.

 

Quando questionada se já foi hostilizada em campo por ser mulher e líder de torcida, ela destaca que sempre acontecem ofensas, mas se diz otimista ao falar que “somos seres evoluídos e um dia há de parar essa distinção em relação as mulheres, principalmente, para quem atua neste meio”. Por parte da família e amigos, Amanda sempre teve apoio.

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A leonina fala que o trabalho de uma líder de torcida deveria ser visto como algo normal e que a dedicação e empenho é tão presente e importante quanto nas outras áreas. “Não sei exatamente como a torcida enxerga nosso trabalho, não posso falar por todos, mas as pessoas precisam entender que mulheres também entendem sobre escanteio, pênalti e linha de impedimento, por exemplo, mas independente do preconceito, quando fazemos o que gostamos, a sensação é indescritível”.

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Mesmo atuando em um meio prioritariamente masculino, Amanda se diz privilegiada não só por ser torcedora e líder de torcida, mas por ter a oportunidade de ver seu time de perto e da emoção em animar, junto à suas colegas de trabalho, um público apaixonado pelo Fortaleza.

“Mulheres também entendem o que é escanteio, pênalti e linha de empedimento”. Amanda Nunes

Por: Brenda Gomes e Isabella Vasconcelos

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